quinta-feira, 16 de junho de 2022


Perguntas da treta.

É aquela pergunta de quem não te vê há meses, te encontra na rua e solta aquela frase que deveria ter ficado apenas no pensamento: 
Então, tens namorado?

Eu queria registrar a cara de decepção da pessoa quando respondo a essas perguntas com um não. 
E logo em seguida, vem aquela fala doce em tom de desculpas como se isso fosse um erro.
“Ah mas tu até és bonita, como assim não tens ninguém”, “Ó quem muito escolhe acaba sendo escolhido.” Aposto que já foste bombardeada(o) com estas frases que nos causam um sorriso. 

Não vejo problema em querer estar sozinha, em querer se dedicar a um projeto ou querer viajar sem ninguém. Eu não preciso estar casada, com filhos, uma carreira profissional de sucesso, a tese de mestrado pronta e me preparando para defender o doutorado.

Eu posso querer ficar em casa no feriado, a atualizar as minhas séries ao invés do meu currículo. 
Eu posso gostar da companhia dos meus amigos e adorar ir ao cinema assistir um romance e chorar feito um bebê não como quem está desesperado por um amor, mas como quem achou aquela história bonita. Eu prefiro um coração feliz a um coração destroçado e sinceramente, eu me divirto imenso com as minhas séries.

Essa visão errônea das pessoas de que quem está solteiro necessariamente está sozinho, mostra a visão destorcida do amor. O amor não é uma questão de tentativas com medo de ficar só. O amor nem de longe é refugio, abrigo, por medo da solidão. As pessoas colocam a responsabilidade de ser feliz nas mãos do outro, achando que um relacionamento é a chave para aliviar toda angustia, tristeza e dor.

Antes de ser um bom par é fundamental ser um bom impar, gostar da tua companhia, gostar daquilo que vês no espelho todos os dias e da pessoa incrível que te tornaste. É fundamental te conheceres e te amares. Gostares do teu cabelo desarrumado, do teu jeito bagunçado e da tua loucura.


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