segunda-feira, 4 de agosto de 2014

o Prazer de Caminhar!

Quero partilhar aqui, o meu entusiasmo pela caminhada. Sempre gostei de andar, especialmente com calçado adequado.Descobrir novos caminhos a caminhar é sempre um enorme prazer. Se tiver companhia (uma pessoa, um cão), tanto melhor, se não tiver, um leitor de música e uns auscultadores também servem. Gosto de conversar enquanto caminho, mas quase sempre faço-o sozinha. Dá gozo aproveitar essa liberdade. Por novos caminhos ou já conhecidos, porque o mesmo percurso nunca é igual dependendo da hora do dia e da estação do ano, caminhar permite desfrutar da paisagem a um ritmo moderado, sentir a viagem com todos os sentidos.

Na minha zona existem uma série de percursos pedestres devidamente mapeados e assinalados que tenho vindo a percorrer. Aliás, acontece um pouco por todo o país. Passam por locais de interesse histórico, arribas de larga beleza que permitem fruir paisagens junto ao mar, montes e vales de vinhedos, campos de trigo e pomares; florestas frescas de verdes luxuriantes alimentadas por cursos de água que escorrem melodias de calma ao humedecer da terra; simples flores silvestres que pincelam a paisagem de cores vibrantes… É curioso como se descobrem pormenores, pequenos recantos - tantos! - plenos de encantos... Participo também em caminhadas organizadas por grupos que partilham deste prazer: já contornei rios verdes, lagoas azuis e barragens castanhas; fui ao rabisco da fruta entre pomares e quintas, segui a rota das vinhas no S. Martinho que terminou numa exposição de pintura e magusto numa adega; fiz o percurso de batalhas épicas, revivi a História; vi o sol nascer na praia, a clarear devagar, numa indecisão de lusco-fusco que mesmo depois de iluminar o céu, demora-se a surgir no horizonte. As nuvens pintam o céu com a luz alaranjada do acordar do sol que se levanta, num espreguiçar lento de raios de luz e calor, cada vez menos oblíquos. Como sabe bem sentir a areia molhada debaixo dos pés e refrescá-los na beira-mar!; Vi moinhos velhos e novos com 360º de paisagens do mar à montanha. Descubro trilhos e arribas de locais distantes e outros bem perto que desconhecia, vejo os caminhos que já conheço de outros ângulos, caminho regularmente na cidade à noite, sempre por percursos diferentes, com centenas de caminhantes, um mar de gente que invade as ruas e faz parar o trânsito, para algum espanto dos moradores, condutores e outros transeuntes.

Caminhar é um desporto barato, bem calçada, roupa confortável, uma garrafa de água e eventualmente alguma coisa para comer se a caminhada for mais longa, é quanto basta. Por vezes nem isso é preciso, se for na relva ou na praia. “Só somos felizes quando já não sentimos os sapatos nos pés.” Ou quando andamos descalços, acrescento. Para desfrutar da Natureza não é preciso pagar mensalidade nem equipamentos dispendiosos, mesmo as caminhadas organizadas costumam ser gratuitas ou então o valor da inscrição é para ajudar alguma causa relevante.

Nem sempre está bom tempo para a prática, é verdade, e de Inverno não apetece tanto sair de casa e cortar o frio. Já fiz 12 km debaixo de chuva e por mais agradável que fosse a paisagem, tinha de olhar mais para onde punha os pés para não escorregar na lama. Mas é sempre uma aventura. E como sabe bem ter um miminho doce à espera no final e vestir roupa seca! Ironia das ironias, a chuva a parar e o sol a espreitar uns minutos depois… caminhar é chamar o bom tempo!

Não gosto de correr, fico sem fôlego rapidamente, mesmo que seja uma corrida moderada, mas não me importo de subir e descer pelos trilhos mais íngremes, devagar, a apreciar a paisagem, até chegar ao topo do monte e ganhar como prémio uma paisagem de cortar a respiração! A caminhada é um exercício de baixo impacto nas articulações, pode ser praticada por pessoas de todas as idades, contribui para a manutenção geral do corpo, melhora a circulação e a respiração, combate doenças cárdio-vasculares, osteoporose, depressão, diabetes, ajuda a regular o peso, o sono e o apetite, aumenta a sensação de bem-estar físico e mental.

Caminhar ajuda-me a pensar melhor. Existe uma relação entre o movimento do corpo e da mente que está comprovada cientificamente. Conhecer sítios diferentes ativa-me a criatividade, gosto de fotografar pormenores dos lugares por onde passo para mais tarde recordar-me e inspirar-me.

Por tudo isto, acredita, vale a pena caminhar e fruir uma incrível sensação de bem-estar, paz e liberdade em comunhão com a Natureza!

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